segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

era uma vez...


Era uma aldeia muito distante onde ninguém sabia o que era um espelho. Nunca lá tinha entrado nenhum! Ora, um dia, o Sr Chamisso foi à cidade pela primeira vez na vida. Mas que confusão: Carros, prédios… muita gente cheia de pressa… Ele só pensava em fugir dali para a sua aldeia. Sem querer olhou para uma montra de uma loja e ficou espantado. Estava ali mesmo à sua frente o retrato do seu pai! Era um espelho e ele via-se a si próprio, só que como não sabia o que era um espelho achava que era o pai que tinha morrido há uns anos valentes. Eles eram muito parecidos. Comprou o “retrato do pai” e levou-o embrulhado para a sua casa. Quando chegou, já muito de noite, cansado adormeceu. De manhãzinha a Sra Chamisso arreliada, acordou-o e pergunta porque tinha chegado tão tarde. Ele meio a dormir diz-lhe que tinha encontrado na cidade o retrato do seu pai. Ela não queria crer. O retrato do teu pai num sítio onde ele nunca esteve? Ele dizia que sim, e virando-se para o lado, ainda resmungou que estava embrulhado em cima da mesa da cozinha. Ela não resistiu. Foi à cozinha, abriu o embrulho e ficou para a vida dela: O quê? Diz-me que trouxe o retrato do pai e afinal trouxe foi o retrato de uma feiosa, gorda e com cara de porca?!? Pousou o “retrato” e telefonou à sua mãe, fazendo-lhe queixa. A mãe dizia-lhe que não podia ser, que o Chamisso sempre tinha sido muito fiel. Ai não pode ser? Pois anda cá tu ver com os teus olhos, dizia a Sra Chamisso toda zangada…. E a mãe dela assim fez. Ao chegar, mal a filha abriu a porta, ela foi de rompante à cozinha, pegou no dito retrato, e assustou-se tanto que o deixou cair. O “retrato” partiu-se em mil bocadinhos! Ela dizia à filha: Dizias tu que era uma feia com cara de porca? Era uma velha com cara de bruxa isso sim! Nunca chegaram a saber eu afinal era um espelho. Ainda bem para eles, pois é?